Vai rodando estrada afora, Carro de boi pelas estradas do sertão Também sinto dentro do peito, Cheio de mágoa a rodar meu coração O meu destino é igual roda de carro, gemendo triste na subida da paixão E na planície da saudade ele deslancha, pra disparar na ribanceira da ilusão No meu pescoço trago a carga do abandono, fardo de dor superlotou meu coração Eu me perdi no pó vermelho da tristeza que se ergueu com o vento frio da solidão. A nossa vida com a roda se parece não tem princípio, não tem meio, não tem fim, Também não sei onde começa a minha mágoa, na roda viva a rodar dentro de mim Eu já não sei quando termina a minha estrada, também não sei pra onde vou, nem de onde vim Só sei que vivo a procurar felicidade, e esta procura é que me faz rodar assim.