Em todas as bancas os jornais do dia trouxeram a notícia: “Desaparecida, da tal avenida, do número tal” E o seu retrato vinha logo embaixo, com sentido apelo “Volte para casa, que seu companheiro passa muito mal” Estava fingindo que eu não sabia o seu paradeiro Pois tenho certeza, que em outros braços você esta agora A minha esperança é que você lendo os jornais do dia Possa vir de novo enxugar o pranto de quem tanto chora A má fama corre mais que as notícias dos jornais do dia Seu erro virou manchete que agora todo mundo lê Volte, eu prometo não ler as notícias de seu destino Nem perguntarei onde tem andado, e o que fez você Nas páginas frias dos jornais do dia beijo teu retrato As gotas de pranto depressa molharam o que estava escrito Quisera ser letras que na reportagem teu nome escreveram Quisera ser tinta que fotografou teu rosto bonito Vai jornal do dia, vai dizer a ela que aqui a espero Para perdoá-la e reconstruirmos nossa paz sonhada Antes que a febre desse amor ardente leve minha vida E o esquecimento feche no meu peito, o portão de entrada