O joão de barro é o pedreiro da campina Buscando barro da mina em seu biquinho ele traz E lá na mata, no galho da perobeira Junto com a companheira sua casinha ele faz. Constrói a porta de seu ninho para o norte Pra evitar o vento forte, a tempestade e o trovão E por cautela faz a porta enviesada Pra esconder a sua amada do inimigo gavião. O meu destino é igual ao joão de barro Com sacrifício construí nossa morada Mas um malvado gavião que ali rondava Numa tarde carregava para sempre a minha amada Pelo tufão do desengano foi desfeito Aquele ninho onde eu morava com meu bem Com essa ave meu destino eu comparo Só que ele é um joão de barro, e eu sou um joão ninguém.