Quisera ter o poder De subir alto no espaço Ver o mundo tão pequeno Que caberia em meus braços Com os olhos das estrelas Na terra queria ver O homem igual formiguinha Desesperado a correr O homem falando, brigando, gritando, pra sobreviver Entrando, saindo, chegando, partindo no afã de vencer E todos buscando na luta A sua razão de viver O homem amando, chorando, lutando em busca do pão Trazendo, levando, nascendo, morrendo, pedindo perdão Teria a fiel semelhança Com um formigueiro no chão E todos nós formiguinhas À procura de um olheiro Seus trilhos eram as estradas E a cidade o formigueiro As matas que derrubamos E outras devastações Seria como as formigas Devorando plantações A formiga leva folhas Para a sua cavidade O homem carrega o peso Da responsabilidade A formiga tem seu lar No peito firme do chão No meu peito a vida mora Perdida num coração