Soltem no pasto meu cavalo ventania que atrás do gado me levou sertão a fora E adquiri um caminhão de cem cavalos, do que já fui, bem mais feliz eu sou agora O caminhão não cansa o gado e não me cansa, e ao fim da viagem pra chegar sou o primeiro Mesmo gastando combustível ainda compensa ser motorista de um expresso boiadeiro. Fui no passado Um pioneiro A cavalgar atrás do gado o ano inteiro E hoje sou Caminhoneiro A dirigir o meu expresso boiadeiro. Antes tocava meu berrante pela estrada, hoje desperto meu sertão com a buzina Antes levava moça linda na garupa, hoje essa moça vai comigo na cabine Antes a onça com seus olhos clareava a noite escura envolvida na neblina Hoje o progresso colocou as faixas brancas e o rumo certo sobre a pista vira em tinta Fui no passado Um pioneiro A cavalgar atrás do gado o ano inteiro E hoje sou Caminhoneiro A dirigir o meu expresso boiadeiro. Do ontem ao hoje dividido está o tempo que se formou na era da velocidade E mesmo assim ao recordar do meu berrante, sinto no peito a dor gostosa da saudade Longas pousadas nos varjões ao pé do fogo, até parece do café sentir o cheiro Ouvindo histórias e violas ponteando, e quando acordo estou no expresso boiadeiro. Fui no passado Um pioneiro A cavalgar atrás do gado o ano inteiro E hoje sou Caminhoneiro A dirigir o meu expresso boiadeiro.