Estou muito aborrecido porque vejo hoje em dia Muitas favelas lotadas, muitas colônias vazias É o homem deixando a terra rodeando as grandes cidades Pra ver se ganha alguns cobres Mas bem tarde ele descobre Quanto dói uma saudade Uma colônia vazia sobre a colina parece Um colar de pedra branca disposto em forma de leque Perto dali um terreiro, num canto um pilão quebrado E do telhado sem dono A coruja dorme um sono Sobre os restos do passado Onde estão os moradores desta colônia vazia Que a noite neste terreiro tinha festa e cantoria Na porta teias de aranha, na frente um portão caído Abandono e solidão Tudo lembra o tempo bom De um passado adormecido Muitos desses moradores estão nas grandes cidades Sem dinheiro e sem emprego passando necessidade Voltem pra sua colônia que ficou no pé da serra E cubram o sertão de flores Porque vocês, lavradores, São as fortes raízes da terra