Se eu pudesse tocar o berrante Juntar meu povo em torno de mim Eu o levaria de volta ao sertão Pra plantar o chão e a miséria ter fim Dói minh´alma ver a minha gente De cabeça baixa na multidão Abandonados à própria sorte Até parece gado de corte Que segue pra morte sem contestação Nos carreadores da grande avenida No meio da grande cidade que cresce Só ele é pequeno porque seu trabalho Não tem o valor que o operário merece A pena terrível do ingrato patrão Marcando descontos em seu pagamento É igual ferrão a sangrar o operário Como jesus cristo subindo o calvário Sem ninguém ter pena de seu sofrimento Meu povo não sabe a força que tem Porisso se encolhe no estreito curral Debandem-se todos e voltem pro campo Sentir o aroma de seu cafezal A minha viola é o berrante do povo Que possui o triste cantar do sertão Por ser de madeira já têve raízes Igual você têve momentos felizes Quando lá na roça fez parte do chão