Às margens do riozinho eu contemplava o remanso Como aquela água parada me cansei do meu descanso Queria por novos campos arrastar folhas que caem Mas o rio estando cheio, água parada não sai Riozinho de minha vida, na infância risonha e calma Também foi água parada no remanso de minh´alma Um dia fiquei sozinho e a água do rio baixou Meu remanso se desfez e o destino me arrastou Água parada Eu não voltarei a ser No rio do tempo O meu destino é correr Eu já fui calmo remanso junto ao rio de minha vida Minhas faces se encresparam com a folha seca caída Mas a estiagem da idade secou o curso das águas E eu tive que seguir o meu riozinho de mágoa Desde que as águas baixaram vou correndo campo a fora Me despedindo das flores como alguém que vai embora Sempre mais me distanciando de minha linda nascente Não sou mais água parada, agora sou rio corrente