Depois que os anos meu viver cansaram Voltei pisando ao meu velho rastro Fui ver a casa onde eu vim ao mundo Em seu lugar só havia pasto Mas entre a grama só encontrei uma telha Que viu um dia eu chegar à vida Sinal pequeno que a saudade guarda Resto de mim que lá ficou perdida Telha, que viu eu dar os meus primeiros passos Telha, me deu repouso após o meu cansaço Telha, que sombreou meu vulto de menino Telha, sinal marrom no chão de meu destino Antes que as rugas em meu rosto cheguem Uma por uma igual um telhado E sobre elas rolar os meus prantos Sempre que a mente voar ao passado Eu fui buscar a derradeira telha Onde as aranhas haviam bordado Com fios do tempo essa cruel cadeia Onde meu ser padece aprisionado