Revi aquela cidade, estância famosa Onde passamos um dia a lua-de-mel Vi o trenzinho, a charrete, e as flores da praça E pousei naquele mesmo quarto de hotel Na mesma cama que um dia me deste teu corpo Revi o mesmo cinzeiro no criado-mudo Onde deixei meu cigarro virando fumaça Daquela noite só resta fumaça de tudo Vi a fonte luminosa e aquele banquinho Onde contigo sentei pra fazer nossos planos No arco-íris das águas, que a luz refletia Eu só não vi o futuro de meus desenganos O periquito mentiu quando leu minha sorte Do realejo tristonho tirou um papelzinho Se ele disse que iria ter felicidade Porque meu deus hoje vivo no mundo sozinho Hoje tu vives tão longe nos braços de outro Será que nunca lembrou de rever esta estância Velhas saudades que fogem no altar do passado Como andorinhas no céu a sumir na distância Sentei-me junto da fonte e chorei recordando A minha volta foi triste, durou só um dia Meu pranto igual a cascata rolou de meus olhos Naquela estância famosa um pouco eu morria