A enxurrada ao descer a serra vai pelos caminhos corroendo a terra, Trazendo galhos e capim tigüera até a baixada onde o rio espera Traz folhas mortas que a chuva arrancou, e sobre o caminho o vento arrastou O som das águas que cantando vão na grande harmonia da orquestra do chão. Passa a enxurrada em frente onde moro, com ela se junta o pranto que choro Eu também sou folha caída do ramo porque estou longe de quem tanto amo. A cabeleira de brancas espumas segue a enxurrada nas tardes de bruma, Os pingos ralos da chuva caída dão festa nos campos e às flores a vida, Chegam as borboletas rodeando as taperas e a tarde saúda feliz primavera Só eu não mudo pra nova estação pois tenho no peito eterno verão. Passa a enxurrada em frente onde moro, com ela se junta o pranto que choro Eu também sou folha caída do ramo porque estou longe de quem tanto am