Nos bailes carnavalescos três dias geni dançou Só percebeu a desgraça quando o carnaval findou Seu noivo tinha fugido e abandonada ficou Como a flor que a tempestade sem piedade desfolhou. Na quarta-feira de cinza pensando o destino seu Foi na igrejinha da vila buscar consolo com deus Receber a santa cinza e perdão pro erro seu Pra poder levar a cruz que na vida deus lhe deu. Na volta da capelinha quis se jogar lá no rio Mas quando no espelho d’água o seu rosto refletiu A cruz de cinza sagrada em seu lindo rosto viu Neste momento a esperança em seu coração surgiu. Lembrou que o vigário disse que devemos perdoar Que nós viemos da cinza e em cinza vamos voltar Ela fez um juramento nunca mais ninguém amar Ia só viver pra deus até sua vida terminar. Hoje ela está no convento qual uma pomba do amor Quem vê ela não imagina o seu passado de dor Que foi uma cruz de cinza em seu rosto sofredor Surgindo no espelho d’água que a sua vida salvou.