Mateando lento Falando mansinho Te ouvindo caminho Está poucas léguas Revendo o passado Diz que o saldo anima Que o patrão de cima Vai dar uma trégua Pra ver o neto Escovando o baio Já fazendo ensaio Pra parar rodeio E compreender Que quem mais se apressa Não cumpre a promessa De chegar primeiro Velhos que carregas Neste rosto sério Tanto mistério no olhar Profundo Tu sabes tudo eu sou piá Travesso Só aprende o começo Pra pelear no mundo A vida dura Despejou geada E fez prateada A crioula melena O arado do tempo Já sulcou-lhe o rosto Mas não traz desgostos A vida vale a pena Sabe o momento Das lidas campeiras E as manhas matreiras Tal qual a perdiz Passou rodeios Tropas e apartes E aprendeu a arte De envelhecer feliz