Ergue a pau o alambrador E os buracos vão brotando E os moirões se enfileirando Que nem soldados pra guerra. Um socado de capricho Pra que ninguém se desgoste Por grosso que seja o poste, Não lhe deixa sobrar terra. Gira a pua sai fumaça Num moirão de guajuvira E o alambrado se estira Tal qual um pinho afinado. O serrote marca os trastes Já vem o atilho depressa Se enroscando na promessa De viver sempre abraçado. Rabicho e morto de angico Pra que o cimbronaço agüente Amordaça, gruda os dentes Espicha firme o arame. A chave enrodilha a ponta Como quem guarda um segredo Quando escapa e dá nos dedos Alamaula, dor infame! À noite á beira da carpa Ao ver a estrela cadente Três pedidos, num repente Faz depressa antes que apague. E a cada alambrado firme Tenha outro pela frente E um piazito sorridente Para ensinar-lhe o que sabe. Rabicho e morto de angico Pra que o cimbronaço agüente Amordaça, gruda os dentes Espicha firme o arame. A chave enrodilha a ponta Como quem guarda um segredo Quando escapa e dá nos dedos Alamaula, dor infame!