José Afonso

De Não Saber o Que Se Espera

José Afonso


De não saber o que me espera 
Tirei a sorte à minha guerra 
Recolhi sombras onde vira 
Luzes de orvalho ao meio-dia 

Vítima de só haver vaga 
Entre uma mão e uma espada 
Mas que maneira bicuda 
De ir à guerra sem ajuda 

Viemos pelo sol nascente 
Vingamos a madrugada 
Mas não encontramos nada 
Sol e àgua sol e àgua 

De linhas tortas havia 
Um pouco de maresia 
Mas quem vencer esta meta 
Que diga se a linha é recta