Jorgens

João

Jorgens


Quem é João
Que acorda às quatro e meia da manhã
Balança inerte dentro do busão
Chora sentido quando ninguém vê
E amanhã faz de novo

Quem é João
Que acorda às quatro e meia da manhã
Balança inerte dentro do busão
Chora sentido quando ninguém vê
E amanhã faz de novo

Às dezenove e trinta e cinco tudo para
O paraíso está sendo evacuado
Os celulares notificam a desgraça
Na linha azul ninguém mais passa
Tem João pra todo lado

E quem é Pedro
Que leva a mesma vida de João
Carrega dentro de um só coração
O peso de uma vida toda errada
Quer um fim agora mesmo

Mas alguém chora na catraca do metrô
Rezando alto e soluçando ela implora
Meu Deus, devolve o meu filho por favor
Sem ele eu não sou mais nada, em breve também vou embora

Quem é João
Que acorda às quatro e meia da manhã
Balança inerte dentro do busão
Chora sentido quando ninguém vê
E amanhã faz de novo

E quem é Pedro
Que leva a mesma vida de João
Carrega dentro de um só coração
O peso de uma vida toda errada
Quer um fim agora mesmo

Mas alguém chora na catraca do metrô
Rezando alto e soluçando ela implora
Meu Deus, devolve o meu filho por favor
Sem ele eu não sou mais nada, em breve também vou embora

Agora Pedro se sentiu do outro lado
Lembrou das lágrimas de sua mãe
Reconheceu o choque de realidade
Quando eu morro nunca é só
Levo um pedaço de alguém