Olhem os lírios do campo Como se vestem tão belos Dizem que nem Salomão Teve esplendor tão singelo Dançam felizes onde nasceram E não conhecem da vida o desterro Olhando longe não se confundem Não se preocupam com outros perfumes Conhecem a noite e os pingos da chuva E o amor de quem cuida desde o anoitecer Olhem as aves do céu Voando livres ao vento Vivem o tempo que têm E não cultivam lamentos E são felizes fazendo ninhos E não conhecem da vida os espinhos Voando alto não veem demônios Não se angustiam por não terem sonhos Senão mais um dia ou um gorjeio Um canto a quem veio comtemplar o céu Quem dera fosse assim Com toda a humanidade Não haveria talvez Tanta loucura ou vaidade Todos felizes vivendo a vida Cuidando muito de quem mais precisa Gerando filhos, ninando sonhos Pintando flores das cores do outono E deixar que os dias se cumpram serenos Pois nada é pequeno onde existe amor