Quando o silêncio me abraça Na solidão da cidade Eu revejo a minha vida Com o olhos da saudade Sou mais um dos desgarrados A cabrestear a distancia Que nas maneias de um sonho Perdeu o rumo da infância Sai de casa deixando O choro da despedida Mas com o peito estufado Das ilusões desta vida Sonhei na cidade grande Encontrar felicidade E hoje a minha tristeza E bem maior que a cidade Queria ser importante Sem perceber que já era E ao deixar minha querência Fiz minha vida tapera Nesta saudade da infância Que comigo ainda vive Lamento porque meus filhos Não terão tudo o que eu tive Andei pela vida fora De mãos dadas com a lembrança Sem me dar conta que o tempo Não espera e não se cansa Posso comprar o que eu quero Basta só telefonar Mas não compro a alegria De voltar pro meu lugar Tenho aqui no apartamento Tudo no alcance da mão Mas não tenho o aconchego Do braseiro do galpão O lugar onde nasci Já não é mais como era E só existe na lembrança Da minha vida tapera