Jorge Palma

Tudo Bem (Os Morangos Estão Lá)

Jorge Palma


Tudo bem 
Como exercício de pose 
admitamos que não está mal 
Eu podia ser mais crítico 
Mas não me apetece 
Não quero ser original 

Tudo bem 
Se me perguntas porquê 
Eu respondo que é igual 
Sou um observador comum 
com tendencia para o compromisso 
Tenho visão bilateral 

E ninguém me pode negar o prazer da tua companhia 
Sou o teu amigo público 
Número não sei quantos milhões e mais alguns mil 
Sou teu fã de nascença, 
em permanente sintonia 
Sempre pronto para tudo 
Do mais sublime, ao mais vil 

Tudo bem 
Aqui ninguém me conhece 
Vou ser quem eu quiser 
Vou seguir a minha pista, 
abraçando o meu par 
Fechar os olhos e ver 

Tudo bem 
Eu vejo alguém acordado 
Vejo alguém a sonhar 
Alguém voando na rua 
Alguém andando no mar 
E vejo alguém a duvidar 

E ninguém me pode negar o prazer da tua companhia 
Sou o teu amigo público 
Número não sei quantos milhões e mais alguns mil 
Sou teu fã de nascença, 
em pemantente sintonia 
Sempre pronto para tudo 
Do mais sublime, ao mais vil 

Tudo bem 
A chama tem que existir 
Faça chuva ou faça sol 
Nas mais sinistras mentes 
Nos corpos mais angelicais 
Nas rendas do meu lençol 

Tudo bem 
Os morangos estão lá, 
para quem os souber encontrar 
Eternamente vermelhos, 
despidos e sujos 
Sem nada a declarar