No meio das névoas e mergulhado na melancolia Ao lado de tristes ciprestes, ajoelhado Derramando quentes lágrimas de saudade Perante o túmulo da minha amada Morre-se assim Como se faz um atchim E de supetão Lá vem o rabecão Morre-se assim Como se faz um atchim E de supetão Lá vem o rabecão Não não não não não não não não Não não não não Sim sim sim sim sim sim sim sim sim Mas porém contudo todavia No entanto outrossim Uma bala perdida desferida na rua dos paqueradores de travesti Voou e foi alojar-se no crânio de uma velha senhora Que lia com fervor a sua bíblia lá no morumbi No cemitério, pra se viver é preciso primeiro falecer Os vivos são governados pelos mortos Que nada, os vivos são governados pelos mais vivos ainda E no cemitério, em Évora, lê-se Nós, os Ossos, esperamos pelos Vossos