Este eco vem nos tempos Nesta vaneira coiceira Que veio não sei de onde, Por certo foi a primeira, E se perdeu campo a fora Entonada que nem trincheira. Faço roncar a vaneira E seu segredo relato Entre missões e fronteira De um xucro gaiteiro nato Nasceu a vaneira grossa Que nem cintura de sapo. É o rio grande do sul Que berra e pede cruzada Num turum bamba incendeia Alegrando eternas noitadas É o rio grande do sul Que berra e pede cruzada. Vaneira de cantar verso Em bolicho ou carreirada Onde a gaita chamarisca Parece que dá risada; Fanfarroneando, escramuça No retoço da peonada. Estoura um surungo frouxo E a indiada banhada em suor Vão sapateando a vaneira E o chinaredo ao redor Pois com alegria no rancho Seus sonhos ficam maior. É o rio grande do sul Que berra e pede cruzada Num turum bamba incendeia Alegrando eternas noitadas É o rio grande do sul Que berra e pede cruzada. Sinto o mundo nos meus braços E uma pampa sem fronteira Até a lua olha pra baixo, Brilha os olhos da trigueira Meu pago inteiro se embala No compasso da vaneira. É o rio grande do sul Que berra e pede cruzada Num turum bamba incendeia Alegrando eternas noitadas É o rio grande do sul Que berra e pede cruzada.