Antes da noite encilho o pingo e visto os trapos Brilhantina no cabelo e uma vontade de dançar E na guaiaca levo os trocos que são poucos Vou buscar numa carpeta um outro jeito de aumentar Se me secarem jogo o pingo e os "pelegos" Pois sou novo e são de lombo e não tenho pra quem deixar Que bem me importa se no jogo sou sem sorte Sou filho do vento norte danço tango e sei amar. Já acreditei na sorte e até culpei o destino Por coisas que não queria que viessem me acontecer A sorte não me ajudou e o destino foi maleva Mulher e jogo de carta me secaram com prazer. Ouço de longe o Reduzino Malaquias na cordeona de 8 baixos sapecando um vanerão Vou me chegando pro bordel da dona Anizia Dançarei com a cabeçuda nem que arrume confusão Meio nas canha "danço xote, tango e valsa Grudadito na pinguancha tomo conta do salão Vou pra janela contemplando a lua cheia Dou-lhe grito e sapateio, como é lindo meu rincão Volto pra casa sem cavaco e sem dinheiro Mas nas ventas levo cheiro de extrato cachemir Meio com sono e com a cara ressacada Ainda ouço a voz da china me pedindo pra não ir Hoje no sonho eu enxergo o chinaredo Quase em pêlo e eu no meio reborqueando no salão E quando acordo eu me ponho olhar a lua E de repente dou-lhe grito pra espantar a solidão