Jorge Freitas

Missioneiro

Jorge Freitas


Nos dias quentes quando o sol seca o  capim
Sinto que se em costa em mim a alma de  tiaraju
Sou  guarani  enxaguando índias mágoa
No embalo doce  das águas braceio no chimbucu

Sou missioneiro nascido em são luiz gonzaga
E não  flócho o cabo da adaga  pra o táura   mais caborteiro
Quando estou louco me vou la pra bossoroca
Arranco o diabo da toca e tiro pra meu companheiro

Se pego um potro por mais que seja veiáco
Despois de por  os meus cacos bamo vê qual é  o mais macho
Eu lês garanto que  deixo com a cola que um tope
E  já no quinto  galope  parece que foi criado guacho

Quando pulsa  uma guitarra sabem que  eu sou um missioneiro
Menestrel  e guitarreiro que solta a alma pastando
Igual ao mestre martin fierro gósto  de  cantar  opinando

Por isso as vezes  minha alma  bugra  se ajoelha
E pra esta terra vermelha canto  um canto amanhe
Anda nos  ares  uma tristeza que esvoaça
E um barulho de torcaça  quando eu canto  um chamamé