Jorge Freitas

Reincidência

Jorge Freitas


Quem não lembra ou já fez,
Serenatas e serões
Quando a lua enciumada,
Se derramava sobre os grotões!!

Gente humilde, mas feliz,
Comungavam ao cantar:
Sonhos e orvalhos de paz,
Que a noite traz, pra quem sabe amar!

Por isso, quando vejo a Lua,
Minha alma nua parece escutar:
Velhas canções de "chão e raiz"
De um tempo que não voltará!
Eu sei, sou reincidente,
E por mais que tente não vou esquecer;
Se for delito, saudade sentir
Me entrego, não vou resistir!

Pelos pátios e calçadas,
Nas varandas e galpões,
Versos com cheiro de flor,
Rimavam amor, suor e paixões!

Impiedoso é o tempo,
Rouba tudo que nos dá!
Assim, só quem vive o presente,
Terá pra sempre o que lembrar!