Jorge Dos Santos

Seu Disfarce

Jorge Dos Santos


Todo dia ele acorda sem ninguém
No seu quarto tão distante de alguém
Ele posta fotos sempre sorridente
Ele diz que está contente, estar sozinho é um presente

Toda tarde ele vai no mesmo bar
E comemora até os jogos de azar
Com amigos ele é ator demais
Fala que viver sozinho é sinônimo de paz

Mas aí chega noite, tudo se desfaz

Toda noite ela abraça o violão
O seu pranto faz as notas da canção
E outra vez dentro do seu quarto trancado
Ele vive assombrado com a maldita solidão

Uma noite se tornou longa demais
Para o drama que está vivendo este rapaz
Sua vida parecia um livro aberto
Mas é um navio deserto que perdeu o próprio cais

Seu disfarce não engana os racionais
Seu disfarce não engana os racionais