Eu sou o seu medo A voz do rochedo, o vão Eu sou o teu sono à tarde, à solidão Eu sou a fissura aberta no sol do chão Eu sou o tremor dos dedos das tuas mãos Eu sou tua boca deca e louca, o som Da corda da voz que esgarça e se esforça em vão Eu sou a corrente grossa que ata ao chão Eu sou a palavra que sempre escapa à inspiração Eu sou a fraqueza forte do valentão O lapso de consciência do cafetão A pele suada e fria, a pulsação Aquele que evita a vida por precaução