Os loucos estão pisando Em templos imaginários Seus passos baços traçando Tranquilos itinerários Nos braços da fantasia Não têm noite nem dia Em seus gestos solitários Seus bolsos são relicários De tesouros irreais Os seus sentidos pressentem As coisas transcendentais E reinventam quimeras Na beira de mil crateras Dos tempos e temporais Os loucos buscam graais Madrigais, coplas e hinos E vão, em seus palafréns Tecendo castos destinos Os loucos não são letais São poucos, mas são leais São loucos, não cabotinos! Nesses tropéis peregrinos Em silêncios sepulcrais Os loucos contemplam mitos Com flâmulas siderais Alfim, numa nuvem-lã Alcançam aldebarã E não voltam jamais!