Nascido de sonhos, criado num mar de bitucas Em meio a muvuca, no ar que machuca Alguém te cutuca pra saber que horas são Na mente uma oração, com medo e receio Recebo olhar feio, sigo meu rumo e sinto o desprezo queimando a minha nuca Chutando latas vazias, não sou barata mas as veias frias Levam meu sangue passando por um coração onde o sentimento caduca Tava tranquilo, ninguém mandou abrir a jaula Não tinha um aviso dizendo que vivia um animal lá Então bom dia, traz uma fruta, pão e cachaça Que o tempo passa, chacoalho a carcaça e o sistema nervoso embala Osso por osso estala, estou pronto pra arena de novo Faixa preta em regular o foco, gira a roleta e vê se tem bala Fiz bem em guardar meus fantasmas, são linhas de um fino tecido Sustentam meu mundo, na porta dos fundos da mente, guiando navios perdidos Vou derrubando barreiras, juntando tijolos pra minha obra Matar leões é fácil, quero ver andar com as cobras Refrão 2x: Se cai na mira, risca, munição infinita, o pior terrorista, mudo pontos de vista Terrorista da caneta eu sou, terrorista da caneta eu sou Meu trato levanta teto, a pólvora faz convite em três minutos Desencapa o fio preto e respira, usa dinamite de charuto Entre a barba do Bin Laden, e a máscara do Bush Eu troco os cartuchos, já miro e puxo, guardo granada na bolsa de luxo Explosão que ninguém vê, mão fechada de quem crê 100 pra ver, 1000 pra ter, a olheira sustenta o olho ja murcho o olho lá embaixo, o ombro no eixo, o fardo encaixa o peito no queixo Visível desleixo, estima de lixo, o feixe de luz ilumina uma faixa Que fecha o braço, completa o traje no luto desvia do beijo Mas o vento insiste, só tem ele em pé, movido pelo desejo Na cama me mecho, no quarto me fecho, pego a caneta e escrevo outro trecho A parede racha, ouço a marcha quando perfeito meu flow encaixa Mandraque não aguenta o baque, onde ele some minha casa é o Iraque Levanta e faz o saque, vira obstáculo pros ROCAM De café ja tomo um conhaque, alivio ouvindo um Tupac Desculpa, meu despertador grita bom dia Vietnam Refrão 2x: Se cai na mira, risca, munição infinita, o pior terrorista, mudo pontos de vista Terrorista da caneta eu sou, terrorista da caneta eu sou O galho que sobra sozinho no outono, raspa na janela roubando meu sono Atrapalha meu plano de como plantar as bombas no trompo Fiapos da blusa no chão, camurça mais velha que o vizinho velho Filho da puta que vara a madruga ouvindo cds do cazuza que droga ele usa Não sei, cansei dessa merda, volto pro fone A certeza de não ter um futuro impede de toda forma que eu me decepcione Tossindo fumaça no espelho, só rindo se for por gás hélio Usando as folhas da bíblia que falham pra fazer minhas rimas deixando de lado a navalha Toalha com rímel invisível por anos agora ela surge Faz companhia pra mim, pras baratas e pra ferrugem Contando com as nuvens pra que me deixem ver as estrelas Olhos não brilham mais, o que me resta é torcer pra ve-las Hoje não, fecha a persiana, volta pra cama Infensivo ou perigoso como a bituca jogada na grama Napoleão, Bin Laden, Cesar ou Gengis Khan Homem bomba com cinto de Bic, contra quem luta usando Mont Blanc Refrão 2x: Se cai na mira, risca, munição infinita, o pior terrorista, mudo pontos de vista Terrorista da caneta eu sou, terrorista da caneta eu sou