Joca Martins

Romance do Querendão

Joca Martins


Num tanguito alpargateado
Me despeço do bailão
Sobram xucros nas estâncias
Pra se fazer' redomão
E faltam prendas no pago
Pra domar meu coração

Sábado de manhãzita, repasso meu redomão
O sereno molha o campo, minha estampa de centauro
É um vulto na serração
O Mouro já tá domado, vou entregar ao patrão
O Mouro já tá domado, vou entregar ao patrão

De vereda, faço o vale, meia doma, vou cobrar
A outra metade é lei, recebo após enfrenar
Na sanga, eu lavo as mágoas me encharco de água de cheiro
Me encharco de água de cheiro e, na vila, vou bailar

O gaiteiro é dos bueno'
Crioulo lá de Santana
E o guitarreiro, por certo
Da mesma terra pampeana

E as loira' ou morena'
Não importa d'onde vêm
Pois, quando vou nos fandango'
Não sobra pra mais ninguém

O gaiteiro é dos bueno'
Crioulo lá de Santana
E o guitarreiro, por certo
Da mesma terra pampeana

E as loira' ou morena'
Não importa d'onde vêm
Pois, quando vou nos fandango'
Não sobra pra mais ninguém

Aí que eu me refiro

Talvez, seja a minha estampa de domador fronteiriço
Ou, talvez, quando eu nasci, me puseram algum feitiço
Eu tenho azar no jogo, sobra sorte pros cambicho'
Eu tenho azar no jogo, sobra sorte pros cambicho'

A noite, que era longa, com juras pra vida inteira
Pintou-se o adeus da Lua que me espiava na janela
Talvez, se mandou com ciúmes, pois eu bailava com todas
Pois eu bailava com todas e nem olhava pra ela

E o gaiteiro?

O gaiteiro é dos bueno'
Crioulo lá de Santana
E o guitarreiro, por certo
Da mesma terra pampeana

E as loira' ou morena'
Não importa d'onde vêm
Pois, quando vou nos fandango'
Não sobra pra mais ninguém

O gaiteiro é dos bueno'
Crioulo lá de Santana
E o guitarreiro, por certo
Da mesma terra pampeana

E as loira' ou morena'
Não importa d'onde vêm
Pois, quando vou nos fandango'
Não sobra pra mais ninguém
Pois, quando vou nos fandango'
Não sobra pra mais ninguém
Pois, quando vou nos fandango'
Não sobra pra mais ninguém