Eu sou do campo, d'onde o touro espicha o berro Lá onde a marca de ferro timbrou o tempo com brasa Eu não me entrego pra modismo e pra tendência E defendo essa querência porque ela é minha casa Não me despilcho, uso a indumentária inteira Porque essa onda estrangeira nunca roncou no meu bucho Sou missioneiro, não conheço o tal de medo Quando eu morrer, vou azedo, mas azedo de gaúcho Me fiz no fogo, igual a um doce de tacho Nem que o mundo venha abaixo me perco do meu rincão Não abandono meu poncho e nem meu arreio E a tradição é o esteio que sustenta o meu galpão Me fiz no fogo, igual a um doce de tacho Nem que o mundo venha abaixo me perco do meu rincão Não abandono meu poncho e nem meu arreio E a tradição é o esteio que sustenta o meu galpão Baitaca, alegria grande cantar contigo, meu irmão Meu amigo Joca Martins, nem que o mundo venha abaixo, vamo conservando a cultura xucra, sem nunca frouxar o garrão, meu parceiro. Eu sou campeiro e escuto o som da campanha Respeito a cultura estranha, cada um na sua aldeia Tudo no mundo tem seu lugar de regalo Dentro do sino, o badalo, junto das mãos, a maneia Mesmo que desça um disco voador no chão Não largo da tradição que é a raiz que me amadrinha E nas antena' de um ET, boto meu laço Ninguém mandou vim' do espaço, ele que volte pra varginha Me fiz no fogo, igual a um doce de tacho Nem que o mundo venha abaixo me perco do meu rincão Não abandono meu poncho e nem meu arreio E a tradição é o esteio que sustenta o meu galpão Me fiz no fogo, igual a um doce de tacho Nem que o mundo venha abaixo me perco do meu rincão Não abandono meu poncho e nem meu arreio E a tradição é o esteio que sustenta o meu galpão Baitaca, nem que o mundo venha abaixo não saímo dessa estrada. Só sai dessa estrada quem não conserva o que é nosso. Deus te ilumine nos palcos, meu companheiro. Aí que eu me refiro.