Das roupas velhas do pai Queria que a mãe fizesse Uma mala de garupa Uma bombacha e me desse... Queria boinas, alpargatas, E um cachorro companheiro Pra me ajudar a "bota" as vacas No meu petiço sogueiro. Hei de ter uma tabuada E o meu livro Queres Ler Vou aprender a fazer contas E algum bilhete escrever... Pra que a filha do seu Bento saiba, Que ela é o meu bem querer E se não for por escrito Eu não me animo a dizer! Quero gaita de oito-baixo, Pra ver o ronco que sai; Botas feitio do Alegrete; Esporas do Ibirocaí... Lenço vermelho e guaiaca Compradas lá no Uruguai. Pra que digam, quando eu passe, Saiu igulazito ao pai. E se Deus não achar muito Tanta coisa que eu pedi Não deixe que eu me separe Deste rancho onde eu nasci... Nem me desperte tão cedo Do meu sonho de guri E de lambuja permita Que eu nunca saia daqui.