Com licença meus "hermanos", Gujo Teixeira e Marenco, Eu vou encilha assobiando Esse milongão matreiro, Que eu aprendi recorrendo, Nos campos e nos segredos Do velho Piratini Milonga da campereada, Negaceia metreirando De encilha assobiando E assobiar desencilhando. Num trotão madrugadeiro Cheiro de orvalho de campo, Gosto de erva na boca, Misturado com palheiro. Se tira no mais pra fora, Algum mal acostumado, Convidando com os "arreio" Num bailecito ajeitado. Num arranco de braçada, O custo vem dos "garrão", Sou eu de chapéu tapeado Manejando um redomão Sou eu que peleio sempre Nas madrugadas de Deus, Sou eu calçando as esporas, Vida que o campo me deu. Sou de braseiro grande, Trompando as invernias, Ajeitando o garreiu Pras lidas do dia a dia Quando o vento se levanta, No craquejal das taperas, Sou eu que vim de outra vida Teimando em ser o que era. E se o mundo velho se atora, Num desenlace sem fim, Meu velho pago Gaúcho, Aguenta firme por mim. E de alma tapejara, Pelo-duro e Rio-Grandense, desencilho esta milonga No coração da minha gente.