"Empessou já faz uns dias, de uma pomba de asa quebrada E achei sua mirada tão parecida com a minha Acontece com quem caminha e com quem voa também Ave que céu não tem homem no lugar errado Pássaro sem bater asas, homem desterrado" Desde então eu amanheço e no espelho reconheço Na minha cara espelhada a de meu pai em mim talhada Minha mãe em meus olhos vejo e parece que me olhando Sabe os motivos que ando com coração apertado Por andar tão apartado das coisas que tanto amo Tenho um olhar mal dormido de andar mateando comprido Varando as madrugadas de quem já topou parada E traz silêncios mais fundos sensação de fim de mundo De quem perde a referência que eu não sei como se fala E me ordena a arrumar a mala e partir rumo á querência "É quando um vento levanta e já faz três dias que venta Com uma voz agorenta me embrujando os ouvidos Falando de eu já ter ido pra terra que anda em mim Pro barro e pro capim, pedra moura e galpão Pras cosas do velho chão, pitangueira e alecrin" Assim no mais me despeço ajeito de novo um mate Antes de mim este chasque á querência da figueira Uma espécie de aviso a tudo que eu quero bem Logo me vou daqui ao chão moreno que prezo E já no mais me despeço da pena que vive em mim Tenho um olhar mal dormido de andar mateando comprido Varando as madrugadas de quem já topou parada E traz silêncios mais fundos sensação de fim de mundo De quem perde a referência que eu não sei como se fala E me ordena a arrumar a mala e partir rumo á querência