O por-de-sol fogoneiro apeia num fogaréu O rio se transforma em céu formando imenso braseiro O pássaro guitarreiro floreia as canções mais belas Depois estrelas singelas despontam na atmosfera Como o buscar a tapera de Jerônimo de Ornélas Rascunho da realidade da "mui leal e valerosa" Com pôr de sois cor-de-rosa e ares de grande cidade A arte não tem idade nas trajetórias de um povo O tempo é simples retovo na existência dos mortais E este Porto dos Casais está cada vez mais novo Chego a pensar que o ilhéu da querência dos açores Filho de navegadores ao contemplar este céu E ao ver este rio sovéu com rodilhas pelo meio Tenha imaginado creio que o velho Guaíba fosse Uma tropa de água doce do oceano em pastoreio Várzea líquida campeira carrapateada de ilhotas Que lembram tendas remotas numa planície guerreira De noite surge a boieira repontando a lua cheia E a cidade é uma sereia com olhares de xirua Que se estende seminua sobre um tapete de areia Eu não sou porto alegria sou cria de outra querência Mas te presto reverência Porto dos Casais divino Que ilhéu e continentinho levantaram com denodo Minh'alma de rapsodo se curva ante a tua imagem Porque tu tens a paisagem mais linda do mundo todo!