Certo dia perguntaram por que eu escrevo Já que as melhores artes estão nos museus Deve ser porque eu sou um lápis Que está sendo utilizado pelas mãos de Deus E daí que a madeira é suja Que a lata enferruja E a tinta se acabou O que importa é focar no grafite Porque o que te faz melhor é seu interior Mas na verdade o que eu tô dizendo É que não se compara a renda Nem sua etnia É cada um montando seu oásis Porque o maior lápis Não faz a melhor grafia Poucos vão acrescentar Só que muitos vão deixá-lo Cego em tiroteio Não interessa, deixe que eles falem E quando te apontarem Você mostra porque veio Escrevo porque tenho um lápis E ele me revela tudo o que eu vivi E hoje eu quase nem me meto Nesse menor acerto Que eu já cometi Escrevo porque tenho um lápis E ele me revela tudo o que eu vivi E hoje eu quase nem me meto Nesse menor acerto Que eu já cometi Me perguntaram por que eu escrevo Escrevo para não morrer Escrevo para, talvez, crer Eu só respondo porque eu me atrevo E se eu não escrevesse Talvez não ia ser Penso que todos somos um lápis Que estamos no ápice Quando a gente nasce Durante a vida nós deixamos marcas Sejam fortes ou fracas Para que ninguém fracasse Podemos errar a linha Mas que sorte a minha Dá para apagar a letra Eu escolhi um lápis Vocês colaborem Mas outros escolhem que vão ser canetas Quanto mais escrevemos Mais nos encolhemos Deixamos nesse papel histórias para trás Eu, quando escrevo, não é para não morrer Mas para deixar quem ler Viver ainda mais Escrevo porque tenho um lápis E ele me revela tudo o que eu vivi E hoje eu quase nem me meto Nesse menor acerto Que eu já cometi Escrevo porque tenho um lápis E ele me revela tudo o que eu vivi E hoje eu quase nem me meto Nesse menor acerto Que eu já cometi