Não consentem os deuses mais que a vida Tudo pois refusemos, que nos alce A irrespiráveis píncaros Perenes sem ter flores Só de aceitar tenhamos a ciência E, enquanto bate o sangue em nossas fontes Nem se engelha connosco O mesmo amor, duremos Como vidros, às luzes transparentes E deixando escorrer a chuva triste Só mornos ao Sol quente E reflectindo um pouco Como se cada beijo Fora de despedida Minha Cloé, beijemo-nos, amando Talvez que já nos toque No ombro a mão, que chama À barca que não vem senão vazia E que no mesmo feixe Ata o que mútuos fomos E a alheia soma universal da vida Esse ritmo das ninfas repetido Quando sob o arvoredo Batem o som da dança Vós na alva praia relembrai, fazendo Que escura a espuma deixa; vós, infantes Que inda não tendes cura De ter cura, responde Ruidosa a roda, enquanto arqueia Apolo Como um ramo alto, a curva azul que doura E a perene maré Flui, enchente ou vazante Ponho na altiva mente o fixo esforço Da altura, e à sorte deixo E as suas leis, o verso Que, quando é alto e régio o pensamento Súbdita a frase o busca E o escravo ritmo o serve