Enquanto olhos ingênuos contemplam o céu Outros sedentos dos bens que a Terra produz Destroem rios, sorrisos e selvas Sem ver o direito de todos aos frutos que brotam do chão Que brotam do chão Enquanto mãos calejadas trabalham o chão Outras mãos desocupadas dividem o mel E o suor da colheita sumiu e brotou no olhar No lugar da fartura ficou solidão Ficou solidão Mas, se todo sofrer tem seu rumo Nós vamos lutar pra sorrir Se a mágoa deságua no nada Pro nada não queremos ir Então faz sentido o abraço É força o aperto de mão Se tudo isso conduz à vida Então o viver tem razão Enquanto tiram do pobre o teto e o pão Nesse renasce a febre e a fé de lutar E de dentro do sofrer nasce um riso que é luz Que é sol, que é nova semente brotando no chão Brotando no chão Enquanto alguns imbecis inda plantam o mal O povo inteiro se banha no brilho do amor E uma nova emoção toma conta do tempo e do espaço Fazendo de novo cada coração amar outra vez.