João Prista

Caretas de Um Violão Paranóico

João Prista


Tantas caretas passadas
De um violão  
Momentos que os dedos esquecem  
A posição
Cordas enroscam a garganta  
Perdidas na mão  
Peso no centro do palco  
Balança o chão
E agora?  
Põe pra fora  
Paranóias de um violão

Sempre abraçado no colo  
Sentado no solo  
Sem emoção  
Unhas cumpridas, carícias  
Compasso, malícias  
De uma canção
Falta a platéia  
Ouvindo com atenção  
Força que nem se compara  
Energia dispara  
O coração  
E agora?  
Põe pra fora  
Paranóias de um violão

Sigo fitando as meninas  
Casando retinas  
Com aflição  
Letras cantadas a esmo  
Fugindo mesmo  
Da solidão
Este instrumento amigo  
Promete ação  
Vem o aplauso que paga  
A diversão
E agora?  
Põe pra fora  
Paranóias de um violão