Procuro sem queixa curtir O mau da amargura se assim então me fiz. Com mágoa, com desgosto, sigo Sorridente amigo, constante paixão. Não sou somente o riso seco De um menino preso às ripas de um caixão, Sou mais que o sol amanhecido Enganado, ferido pelo coração. As asas da dor me rodeiam, Visita incerta, inesperadas sim. Sangrenta rosa esvoaçante, Desgosto de filha aliviado em mim. Por ser talvez o filho despreocupado, Preocupo-me com a solidão. Desprezo a mágoa imposta a ti, Como desprezo o nome que puseram em mim. A lua ainda não nasceu, Escuridão propícia aos furtos de um infeliz. Imortal por ser infinito, O infinito beija-me e aos pés de um vício diz-me Que a vida fria pinga a seco, Ânsia incontentável não vou te ferir, Ainda que feriste muito o meu coração Pra ti irei sorrir. O silêncio da estrada gela o meu coração, Estrelas se dispersam, A luz se apaga aos poucos, Os mares se secaram, O fogo não esquentou, A vida não viveu. A chuva molha minhas pálpebras, Da testa escorre o suor de um infeliz, Imagem adorável, Enquanto choro penso se hoje vivo ou morro, Qual serei feliz? Ou não serei feliz?