Um dia desses numa disputa
Tomei um porre no bar do Tuta
Voltei pra casa de quatro pé
Fiquei de fogo lelé da cuca
Dei um vexame, chamei o juca
E ainda quebrei o pau com a muié

Chamei a sogra de jararaca
De faladeira, velha matraca
E o meu sogro de velho frouxo
Pra encurtá veja o resultado
Apanhei tanto de dois cunhados
E dormi na rua com o olho roxo

No outro dia voltei pra casa
Cambaleando e arrastando a asa
Cuspindo azedo e a cabeça inchada
O meu cachorro me estranhou
A mulher ainda me sapecou
Mais de meia dúzia de vassourada

Me deu um treco fiquei irado
Dava pinote pra todo lado
Eu aprontei outro sururu
Meu santo Onofre me abandonou
Chegou a turma e me agarrou
Entrei de novo no guatambu

Analisando esta situação
Viver assim não é mole não
Pra fala a verdade já não aguento
Se bebo eu entro no cassetete
Levo sopapo, levo bofete
Durmo na rua lá no relento

Já fiz promessa pra deixar disso
Quem bebe vive arrumando enguiço
E é aí que a madeira come
Vida danada de um pé inchado
Vivo de fogo sempre mamado
Esta marvada ainda me consome

Lá no boteco eu sou perito
Bebo no copo, bebo no litro
Sou campeão, já ganhei troféu
Mas quando eu bebo dá um revertério
Perco o juízo, saio do sério
Aí apronto o maior tendel

Lá no pedaço sou afamado
Vivo na unha do
No vira e mexe eu tô na gelada
Maldita pinga que me domina
Esta manguaça virou rotina
Puta que pariu que vida danada