Sou um cortador de cana tenho dois braços bem fortes, Na temporada de corte ninguém me passa na frente A tarde volto pra casa, encontro outros bóias frias Para os braços de Maria que me espera contente Eu tenho nos beijos dela uma garapa mais doce Que em açúcar transformou-se no engenho do coração Uma noite de descanso para mim é o suficiente Para amanhã novamente manejar o meu facão Cortador de cana eu sou, Pro canavial eu vou E a noite de volta ao ninho Tenho seus carinhos que pra mim guardou E a noite de volta ao ninho Tenho seus carinhos que pra mim guardou Nos verdes dos olhos dela vejo o verde da esperança O canavial que dança ao som da valsa dos ventos Lá das planícies imensas é de onde agora eu venho Mandando cana pro engenho pra ganhar nosso sustento Igual bagaço de cana somos bagaços da vida Depois de ser espremida entre o cilindros da dor Porém a dor dói bem menos quando me lembro que luto Para o verão dar mais frutos e a primavera mais flor