No tinido da viola É que começa a cantiga O amor não faz morada Em casa que tem intriga A fome pede socorro Pelo ronco da barriga É melhor um mau acordo Do que uma boa briga. A cana passa chorando Nas moendas do engenho Retrato de mulher feia É rascunho de desenho Onde tem mulher bonita É o mato que eu lenho Se a morte é outra vida Prefiro a vida que tenho. Tem gato que perde o couro Em casa de batuqueiro É todo banhado a ouro O sonho do garimpeiro Viúva e água limpa São de quem chegar primeiro Mulher que teve dois homens Não fica sem o terceiro. A felicidade é o premio Que no jogo não se ganha O fracasso é o abismo O sucesso é a montanha No chicote do desprezo É o coração que apanha Macaco não bebe água Em rios que tem piranha. Do couro sai a correia Da madeira sai graveto Vaca arisca e touro bravo Eu só gosto no espeto O azar da sexta-feira É só para frango preto Por acreditar em Deus Eu não carrego amuleto.