Paulistinha nascido em São Paulo Atrás de trabalho saiu procurando Foi descendo a linha noroeste À Mato Grosso era seu plano Embrenhou naquele sertão E aos poucos foi ambientando Pra não ver os seus filhos com fome Qualquer serviço foi enfrentando Há um ano que ele estava ali Um certo dia ouviu alguém falando Que uma onça de uma mão torta Os bois de um fazendeiro estava acabando Paulistinha gostou da conversa Para perto foi aproximando Fazendeiro dá uma fortuna À quem matar a onça que está te quebrando Paulistinha correu para casa Pra sua mulher ele foi falando Foi na horta e pegou umas pimentas Num litro com azeite foi preparando A mulher ainda lhe deu conselho Ele fez que não estava escutando Curtiu ela uns trinta dias E lá pra fazenda de pé foi chegando Foi falando para o fazendeiro Vim matar a onça que está te irritando Fazendeiro quis ver sua arma Pra sua capanga ele foi apontando Caçadores com carabina A pintada está papando O senhor com este pobre litro É mais um essa noite ela estará jantando Paulistinha chegou lá no mato Na árvore de espera foi se ajeitando Dali a pouco foi chegando a onça Em sua direção foi aproximando Paulistinha destampou o litro E na cara dela foi derramando Ela não suportou o ardor E com suas unhas os olhos foi furando Fazendeiro voltou no outro dia Pra ver lá na mata o que estava passando Avistou o paulistinha de fibra No rabo da onça estava segurando Recebeu aquela fortuna Sua vida foi arrumando Quem falou que paulista é burro Pede esculpa pelo engano