Eu voltei para rever O recanto onde nasci E confesso, seu moço Que chorei de emoção Lá na venda do Mané Eu desci da jardineira Passei a velha porteira Já caída no chão E chegando no terreiro Vi o engenho e o monjolo Debaixo do ingazeiro A carroça e o pilão Nosso poço de sarilho Com o caixão de madeira E o resto de fogueira Das noites de São João A nossa casa de barro Com esteio de coqueiro E um fogão de lenha Com as cinzas do passado Também o ferro de brasa Com o resto de carvão A panela e o lampião Todinho enferrujado E na parede da sala Eu chorei quando vi Os meus falecidos pais Em um quadro empoeirado E no quarto encontrei Minha bolsa da escola Sem cordas minha viola Em um saco amarrado Do quarto vim pra cozinha E viagem no passado E via a minha mãezinha Encostada no fogão Com o vestido de chita E um lenço de amarrar E comecei a chorar De recordação Esta casinha de barro É o recanto onde nasci Bem pertinho da estrada E do ribeirão Muitos dizem que a tristeza É a irmã da saudade Mas a felicidade É a filha da sertão Muitos dizem que a tristeza É a irmã da saudade Mas a felicidade É a filha da sertão