Talvez, seja muito pouco O patrimônio que eu trago Mas eu vivo muito bem E o que eu tenho tá pago Um par de arreios sovado' Pilcha véia' e espora gasta Três potro' e mais seis domado' É só o que eu tenho e me basta Onde eu ando, eu ando bem Bem tranquilo e sem receio Se eu não tenho, eu logo faço Amigos por onde apeio Não acumulei riquezas Que é pra não pagar imposto Mas tenho pão sobre a mesa E um sorriso no meu rosto No más, espero da vida O campo sem alambrado O sol formigando o lombo E eu mundeando em todo o lado No más, espero da vida O campo sem alambrado O sol formigando o lombo E eu mundeando em todo o lado Um dia, eu achei meu rumo Ainda cedo, na infância Lá, quando cursei a escola Do velho galpão da estância E foi ouvindo os mais velhos Que aprendi tudo o que sei Parei os ossos de ponta E, pra o mundo, me larguei Desde então, pelo caminho Tropeando com esperança Retorno, sempre que posso Pra mãe da' minhas criança' Por hora, venho enredado Com pensamento cumprido Reculutando na estrada Talhas de sonhos perdidos No más, espero da vida O campo sem alambrado O sol formigando o lombo E eu mundeando em todo o lado No más, espero da vida O campo sem alambrado O sol formigando o lombo E eu mundeando em todo o lado