“sou aspa de boi brasino, tinindo a argola do laço Garanto tudo o que faço, nos moldes da minha gente E me sustento imponente, nas duas canas do braço tchê” Acho que nasci pilchado, enforquilhado nos “bicho” Me chamam de carrapicho, azougue, unha de gato Este sangue maragato fortalece minha tenência Daí esta procedência de ser gaúcho de fato Tenho um bigodão graúdo sapecado de palheiro E cada fio, meu parceiro, me serve de documento Me criei de contra o vento, sem me dobrar prá ninguém Só faço o que me convém, é minha lei, meu mandamento Sou aspa de boi brasino, tinindo a argola do laço Garanto tudo que faço, nos moldes da minha gente E me sustento imponente, nas duas canas do braço Tenho fé na santa cruz e na senhora aparecida São crenças de minha vida, lembranças dos ancestrais A voz firme do meu pai me mostrando o caminho Da mãe velha o carinho que do coração não sai Cada ruga no meu rosto é uma história gravada De alguma lida entaipada que me obriguei a enfrentar Por isso que nem pensar na tal “hora da partida” E assim vou levando a vida do jeito que deus mandar