João Luiz Corrêa

Florão de Loura

João Luiz Corrêa


Que guria bonita e faceira, 
Esta loura de saia encarnada 
Vai e vem requebrando as cadeiras, 
Enticando com a rapaziada 
Os joelinhos pra fora da saia, 
Ela fica marota e sotreta 
Com sua blusa tomara-que-caia, 
Com um decote mostrando as paleta 

REFRÃO: 
Com seu jeito de musa inocente 
E com ares de princesa moura 
Incendeia os sentidos da gente 
Mas que coisa mais linda esta loura 

Os guris vendo a loura faceira, 
Se emborracham de fumo e cerveja 
Com olhar de secar pimenteira, 
Retossando e botando bareja 
Ela traz nos seus lábios carmim, 
E no olhar uma contradição 
Pois seus olhos demonstram que sim, 
E os seus lábios afirmam que não 

Sarandeia na frente do palco, 
E o gaiteiro pachola se entona 
E sentindo um cheirinho de talco, 
Fecha os olhos e abraça a cordeona 
Ela finge não ver o alvoroço, 
Que provoca ao cruzar no salão 
É só homem torcendo o pescoço, 
E mulher torcendo o beliscão