Um fogo de chão Pra aquecer a saudade Dos tempos de outrora Que não voltam mais Um mate a capricho Pra sorver solito E a seiva do amargo Lembranças me traz Do canto do galo Pra acordar bem cedo Ao redor do brazeiro Um café de chaleira São velhos costumes Da gente do campo Vou guardar comigo Pela vida inteira REFRÃO Que saudade Aqui na cidade A vida é danada Vou me embora Porque la pra fora É minha morada Um mouro petiço Que eu tinha la fora Juntava na espora Pra uma pacholeada De manhã cedinho Saltava da cama Pra tirar o leite Da mocha bragada Nos fins de semana Que tinha surungo Eu ia pra o povo Arrumar cambicho De volta pras casas Na Segunda - feira Já estava prontito Pra qualquer serviço Ainda me lembro Da simplicidade E do aconchego Da velha morada Tão lindo recanto Da mãe natureza Com tanta beleza Não falta mais nada Já não vejo a hora De poder voltar Para o seio da terra Que me viu crescer A velha morada Rodiada de campo Foi lá que nasci E lá quero morrer.