Nesta vida de domar e lidar com aporreados, Amancei cavalo xucro, caborteiro e mal domado. Maneador, mango, buçal, tirador e um par de esporas, São apetrechos que uso pra ginetear campo a fora. Um certo dia bem cedo lá Na estância onde eu morava, Da querência de santiago uma tropilha chegava. Onde tinha um bagual mouro Cosquilhoso e redomão, Desses da venta rasgada, de fazer tremer o chão. Sou domador por destino, Cada aporreado é um tesouro. Tenho prazer de montar Pra ver do tombo o estouro. No potro mais caborteiro Quero botar meus aperos Pra fazer um bom parceiro Como eu fiz do potro mouro. Me benzi fiz uma prece pra virgem nossa senhora Pra que minh'alma de ginete fosse salva nessa hora. Saltei no lombo do mouro e mandei que Largasse o guacho E o maula saiu bufando num lançante morro abaixo. O potro mouro cansado que ainda beijava o chão Me "bombeou" de revesgueio como quem pede perdão. Voltou manso pros rodeios e as lidas de marcação. Hoje é pingo de confiança dos arreios do patrão.