Abandonei a querência contrariei meu coração Por andar muito cansado da vida que leva um peão Trabalhava noite e dia não pagavam quase nada Arriscava minha vida laçando boi na invernada Cá na cidade vivo de recordação Quase morro de saudade das coisas do meu rincão. Até meu cavalo zaino, companheiro de jornada Presenteei pra uma prenda que era a minha namorada Fiz a gaúcha chorar quando eu lhe disse assim Cuide bem do meu cavalo e nunca te esqueça de mim Tem certas coisas que machuca o coração Lembro o meu cavalo zaino e as coisas do meu rincão Diz que até os passarinhos não se escutam mais cantar Depois que eu vim embora voaram pra outro lugar Lembro das brigas de touros do brazinu e do zebú Das noites de lua cheia e das caçadas de tatu. O meu cachorro latindo lá no galpão Lembro a minha prenda linda e as coisas do meu rincão.